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GLOSSÁRIO

GORE: Traduzido literalmente do inglês significa “sangue coagulado”, mais especificamente o que escorre em ferimentos. O termo se tornou descritivo para filmes de horror que enfatizam o aspecto violento e sanguinolento das cenas de agressão física, com mutilação, evisceração e esquartejamento. O cineasta norte-americano Herschell Gordon Lewis ficou conhecido como “padrinho do gore” a partir do início da década de 1960, quando lançou filmes ultrajantes e violentos como Blood feast (1963), Two thousands maniacs! (1964), Color me blood red (1965) e The gore gore girls (1972). O termo se refere ao elemento sangrento desses filmes, cujo estilo passou a ser denominado splatter a partir do final dos anos 1970.

MONDO: O termo (“mundo”, em italiano) surgiu a partir do surpreendente sucesso internacional do documentário sensacionalista Mundo cão (1962), o qual explora aspectos extravagantes, chocantes e apelativos em regiões selvagens, principalmente crueldade com animais, bizarros rituais de iniciação e acidentes fatais. O êxito comercial originou uma onda de filmes, muitos deles com material forjado, mas apresentando-se como documentários autênticos. A produção brasileiro-alemã Feitiço do Amazonas (1955), de Zygmunt Sulistrowski, é considerada precursora deste subgênero, lançada sete anos antes da primeira realização italiana feita neste estilo.

NOIR:O termo “film noir” (“filme negro”, em francês) foi cunhado pelo crítico Nino Frank para definir o aspecto sombrio de muitas produções norte-americanas das décadas de 1940 e 1950, em especial filmes policiais e de suspense, além de algumas fitas de horror (o ciclo produzido por Val Lewton para a RKO, por exemplo). O estilo, caracterizado pela fotografia com forte contraste de claro-escuro e por narrativas de densa atmosfera psicológica, personagens amorais e desfecho trágico, é notadamente presente nas produções do cinema industrial paulista da década de 1950, em obras como Veneno (1952), Luz apagada (1953), Estranho encontro (1958) e Ravina (1959).

SLASHER: Subgênero dos filmes de horror que tem como característica a presença central de um assassino psicótico. Geralmente disfarçado por uma máscara e cuja verdadeira identidade é desconhecida, ele persegue e mata inesperadamente suas vítimas de maneira explícita e violenta, quase sempre utilizando armas cortantes (o termo, em inglês, significa “cortar”, “fatiar”). O filão teve início com o inesperado sucesso comercial de Halloween, a noite do terror (1978), cuja fórmula foi sistematicamente copiada por diversas outras produções populares durante as décadas de 1980 e 1990, como Sexta-feira 13, Acampamento sinistro e a trilogia Pânico.

SNUFF: Subgênero do cinema de horror cujos filmes supostamente apresentam cenas verídicas de assassinato diante das câmeras, registradas de maneira clandestina. O termo foi criado pelo escritor beat Ed Sanders, em 1971, para descrever os míticos filmes que membros da “família” de Charles Manson teriam realizado enquanto cometiam assassinatos. Nunca foi comprovada a existência de tais filmes, mas tornou-se uma subcategoria do horror, explorado em forma de ficção. Um dos exemplares mais conhecidos é a pobre realização argentina Snuff (1976), que causou controvérsia na mídia e serviu de inspiração para a criação do brasileiro Vítimas do prazer: snuff (1977), de Cláudio Cunha.

SPLATTER: Estilo de horror cinematográfico que enfatiza as cenas de violência explícita, com representação gráfica e grotesca de eviscerações, desmembramentos e jorros de sangue, investindo principalmente nos efeitos especiais e de maquiagem para causar choque e repulsa. O termo – que significa “esguichador” (de sangue) em inglês – foi utilizado pela primeira vez pelo diretor George A. Romero para definir seu Zombie: despertar dos mortos (1978). Em seguida, foi adotado pelo crítico John McCarthy. A palavra logo passou a ser utilizada para descrever os filmes mais sanguinolentos feitos a partir dos anos 1980, alguns chegando a exageros paródicos (como Fome animal).

TERRIR:Termo adotado pelo cineasta carioca Ivan Cardoso para definir seu estilo narrativo, marcado pela mescla de elementos de horror e comédia (“terror” + “rir” = “terrir”), mais especificamente os clássicos filmes de monstros e as chanchadas musicais. Alguns dos filmes mais populares de Cardoso neste estilo são Nosferatu no Brasil (1970), O segredo da múmia (1982) e As sete vampiras (1986). Mas obras de outros cineastas também costumam ser descritas como “terrir”, por exemplo, Olhos de Vampa (1996), de Walter Rogério, e até mesmo algumas das extravagâncias experimentais do Cinema Marginal.

TRASH:Terminologia pejorativa (“lixo”, em inglês) utilizada para descrever obras cinematográficas que,de tão mal feitas tecnicamente, tornam-se risíveis para a plateia, que costuma se interessar por tais filmes apenas para rir de seus defeitos. O americano Edward D. Wood Jr. costuma ter seus filmes de horror e ficção científica assim classificados, como Plano 9 do espaço exterior (1959), eleito o pior filme de todos os tempos.

Existe também o trash intencional, exemplificado pelas obras transgressoras e ultrajantes do diretor John Waters (Mondo trasho, Pink flamingos, Polyester), da produtora Troma (The toxic avenger, Terror Firmer) e do videomaker catarinense Petter Baiestorf (Criaturas hediondas, Zombio).



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