Portal Brasileiro de Cinema O HOMEM NU
O HOMEM NU 1967, 35 mm, P&B, 90 min O professor Sílvio Proença prepara-se para ir do Rio a São Paulo, mas fica preso no aeroporto devido às condições meteorológicas. Eis que encontra um grupo de sambistas e junta-se a eles numa farra. No dia seguinte, após acordar no apartamento da bela cantora do grupo, ele vai pegar o leite e fica do lado de fora nu, começando as suas desventuras pela cidade. Nessa fase foi difícil trabalhar com o Roberto Santos, ele estava num momento em que não queria sofrer influências, sabia muito bem o que queria, acho que era uma fase de afirmação. Eu tinha que pensar três vezes antes de falar alguma coisa para ele. Eu adorava esses problemas, porque estava sempre aprendendo. Roberto era um grande diretor de atores, conversava muito com eles, era muito preocupado com a interpretação. Nesse filme ele estava muito concentrado no ator principal, o Paulo José, um ator de teatro, de porte, que podia influenciar muito o filme. Tendo que ficar atento para não perder o controle, Roberto Santos não deu atenção à Leila Diniz. Ela aparece pouco no filme, seu personagem não tem desenvolvimento, o que costumava, aliás, fazer muito bem: transformar personagens incipientes em figuras marcantes. Mas nesse filme ela procurou se abster das discussões, o contrário do que ela costumava fazer em outras fitas. Mas ela marcava muito pela sua própria presença. Com Leila Diniz filmei também O mundo alegre de Helô, filme em que o Carlos Alberto de Souza Barros foi despedido três vezes e eu duas. Foi a primeira vez que se filmou um ambiente com bounce light. Numa noite que tivemos folga nos levaram a um restaurante, quando entramos vimos aquele ambiente circunspeto e a Leila falou: "vamos fugir dessa merda". Descemos a Martim Francisco e encontramos um botequim vagabundo, ela se acomodou por ali e começamos a beber cachaça. Eu tenho a impressão de que Leila iria dirigir. Ela se preocupava com as coisas mais simples, tanto que pediu para fazer a continuidade de um dos episódios do filme A cama ao alcance de todos. E ela era seriíssima, dava as maiores broncas. Hélio Silva Direção: Roberto Santos Roteiro: Fernando Sabino e Roberto Santos a partir da crônica homônima de Fernando Sabino Direção de fotografia: Hélio Silva Montagem: Sílvio Renoldi Música: Rogério Duprat e Damiano Cozzella Produção: Fernando de Barros Produção executiva: Alberto Miranda Elenco: Paulo José, Leila Diniz, Esmeralda Barros, Walter Forster, Íris Bruzzi, Companhia produtora: Wallfilmes e Pelmex |