Portal Brasileiro de Cinema Glossário da entrevista com José Mojica Marins
Glossário da entrevista com José Mojica Marins Amaral, Elza Leonetti – Milionária envolvida em crime cuja história serviu de inspiração para a trama de Perversão (Estupro!) (1978), filme no qual interpretou pequeno papel. Também trabalhou como atriz em 24 horas de sexo explícito (1985). Os dois filmes foram dirigidos por José Mojica Marins. Attili, Giorgio – Fotógrafo, aprendeu seu ofício na Itália, onde nasceu. Radicado no Brasil, tornou-se diretor de fotografia de produções populares. Um dos parceiros mais constantes de Mojica, para quem também iluminou vários filmes, entre eles, À meia-noite levarei sua alma (1964-65) e Esta noite encarnarei no teu cadáver (1965-66). Brasecan – Distribuidora e produtora da Boca do Lixo paulistana especializada em filmes de forte apelo comercial. Comandada por Elias Curi Filho, teve atividade intensa no decorrer da década de 70. Calil, Carlos Augusto – Professor e crítico, é formado em Cinema e dirigiu os filmes Acaba de chegar ao Brasil o bello poeta francez Blaise Cendrars (1972), Os idos de 22 (1973) e Simiterio do Adão e Eva (1975), entre outros. Foi vice-presidente da Comissão Estadual de Cinema da Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia entre 1977 e 1979. Entre 1979 e 1986, foi diretor e presidente da Embrafilme. Depois, dirigiu a Cinemateca Brasileira (1987-1992) e o Centro Cultural São Paulo (2001-2005). Desde 1986 é professor do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da USP. Atualmente, é Secretário Municipal da Cultura de São Paulo. Callegaro, João – Diretor de curtas-metragens, veio do movimento cineclubista. Dirigiu o longa O pornógrafo (1970), filme que se insere na corrente do Cinema Marginal. Dedica-se principalmente ao trabalho com publicidade. Candeias, Ozualdo R. – Conceituado diretor brasileiro, também trabalhou como diretor de fotografia, montador, roteirista e ator em alguns filmes. Realizou, entre outros filmes, A margem (1967), ícone do Cinema Marginal, “O acordo” – episódio do Trilogia de terror (1967-68), Meu nome é Tonho (1969), A herança (1971), Caçada sangrenta (1973), A opção ou As rosas da estrada (1979-81) Manelão, o caçador de orelhas (1982), As bellas da Billings (1987) e O vigilante (1999-93). Capovilla, Maurice – Inicialmente, foi crítico de cinema e integrou os quadros da Cinemateca Brasileira. Logo depois tornou-se diretor de cinema e televisão. Dirigiu, entre outros filmes, Bebel, a garota propaganda (1967), “Subterrâneos do futebol” – episódio de Brasil verdade (1968), O profeta da fome (1969), Noites de Iemanjá (1971); O jogo da vida (1976); O boi misterioso e o vaqueiro menino (1980) e Harmada (2003). Cervantes, Augusto de – Nascido na Espanha, seu nome de registro é Manoel Augusto Sobrado Pereira. Iniciou a carreira no Brasil, ao lado de Mojica. Foi produtor de fitas populares por cerca de 30 anos, quando foi dono, em diferentes períodos, da Apolo Cinematográfica, da Ibéria Cinematográfica e da Maspe Filmes. Produziu filmes para José Mojica Marins, como Meu destino em tuas mãos (1961-62) e Esta noite encarnarei no teu cadáver (1965-66), e para Ozualdo R. Candeias, Meu nome é Tonho (1969). Com Ody Fraga e Jean Garrett, fez fitas eróticas e pornográficas. Cohen, Alfred – Romeno radicado no Brasil há várias décadas. Nos anos 50 foi sócio de Sandi Adamiu na distribuidora Paris Filmes, especializada em filmes franceses. Na década de 70, associou-se a José Mojica Marins em algumas produções com a distribuidora Brasil Internacional Cinematográfica. Costa do Sol – Bar e restaurante tradicional do centro de São Paulo nos anos 1960. Localizado na rua Sete de Abril, era freqüentado por profissionais do cinema e artistas. Cunha, Cláudio – Produtor de grande atividade entre os anos de 1974 e 1984, com as empresas Kinema Filmes e Cláudio Cunha Cinema e Arte. Começou no cinema como ator e foi diretor de, entre outros filmes, Snuff, vítimas do prazer (1977), Amada amante (1978), Sábado alucinante (1979), O gosto do pecado (1980) e Oh! Rebuceteio (1984). Atualmente atua e produz peças teatrais de grande apelo popular. Eccio, Egydio – Ator de cinema, teatro e televisão. Trabalhou como intérprete no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), e também como encenador. No cinema, dirigiu filmes de apelo popular e grande qualidade, como O lei- to da mulher amada (1974), O sexualista (1975) e Fruto proibido (1976). Elias, Luiz – Montador experiente, dono de extensa filmografia. Trabalhou com José Mojica Marins, para quem montou A sina do aventureiro (1957-58); À meia-noite levarei sua alma (1964-65); Esta noite encarnarei no teu cadáver (1965-66) e O despertar da besta (Ritual dos sádicos) (1969). Foi montador de filmes de outros cineastas importantes, como Ozualdo Candeias, Hector Babenco e Walter Hugo Khouri. Na televisão, trabalhou com o diretor Ary Fernandes como montador da série O vigilante rodoviário, da TV Tupi. Embrafilme – A Empresa Brasileira de Filmes foi uma das mais importantes instituições cinematográficas brasileiras, fundada no ano de 1969. Produziu e distribuiu mais de 600 filmes em cerca de 20 anos de atividade. Priorizou a produção e a distribuição do filme autoral e cultural de qualidade, sem deixar de lado o importante papel industrial que assumiu. Foi extinta de forma desastrada em 1990 pelo governo do presidente Fernando Collor de Mello. Equipe Artística – Tablóide criado em São Paulo em 1951, pelo locutor esportivo Wilson Brasil (1923-2001). Era voltado para a cobertura de temas relacionados a cinema, teatro, rádio e televisão. Ferreira, Jairo – Crítico de cinema de militância duradoura, visceralmente ligado ao Cinema Marginal, publicou Cinema de invenção (1986). Trabalhou como assistente de direção e roteirista de longas-metragens e fez a seleção musical de um grande número de películas. Dirigiu os filmes em Super-8 O vampiro da cinemateca (1977) e Horror Palace Hotel (1978), protagonizados por José Mojica Marins, e o curta-metragem feito em bitola 35 mm O guru e os guris (1975). Fracari, Antônio – Maquiador, diretor de produção e ator em Esta noite encarnarei no teu cadáver (1965-66), de José Mojica Marins. Foi o principal financiador do filme. Fraga, Ody – Considerado o intelectual da Boca do Lixo paulistana. Roteirista e diretor de grande atividade, com 60 filmes no currículo (em sua maioria produções de grande apelo popular feitas na Boca do Lixo dos anos 70). Dirigiu parte do filme de aventura O diabo de Vila Velha (1964-65), iniciado por Armando de Miranda, cineasta português radicado no Brasil, e concluído por José Mojica Marins. Franquito – Conhecido como o Garoto da Voz de Ouro, era cantor de sucesso no rádio com a música “O jornaleiro”, quando protagonizou Meu destino em tuas mãos (1961-62), dirigido por José Mojica Marins. Galante, Antônio Polo – Produtor considerado o “rei da Boca”. Por intermédio das empresas Servicine e A. P. Galante, produziu grande número de fitas populares, como a série de filmes sobre presídios femininos, a maioria deles dirigida por seu realizador de confiança: Osvaldo de Oliveira. Também foi produtor de cineastas de maior expressão artística, como Sylvio Back, Walter Hugo Khouri e Carlos Reinchenbach. Gallo, Guarany Edu – Nos anos 50, atuou como repórter em diversos veículos, como O Estado de S. Paulo, Correio Paulistano, O Cruzeiro, Equipe Artística e Vida Esportiva Paulista. Na década seguinte, formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo abandonando o jornalismo, e passou a exercer a profissão de advogado. Garrett, Jean – Começou trabalhando com José Mojica Marins em funções de pouca importância. Posteriormente, transformou-se num dos cineastas mais inspirados das produções da Boca do Lixo. Diretor de fitas eróticas como Mulher, mulher (1977), A força dos sentidos (1979), O fotógrafo (1980), Tchau, amor (1982) e de fitas pornográficas. Grecchi, Renato – Diretor de produção, produtor-executivo e produtor que atuou entre os anos 60 e 80. Foi uma das primeiras pessoas a se estabelecer, na metade final dos anos 60, na região da Boca do Lixo, onde realizou uma série de filmes populares. Assinou a direção da comédia Marido barra-limpa (1957-67), depois que o diretor Luiz Sergio Person recusou a autoria do filme. Hingst, Sérgio – Ator com mais cem filmes em seu currículo, quase sempre como coadjuvante. Começou a carreira nos estúdios da Vera Cruz. Um raro papel de protagonista foi o do homem solitário de O quarto (1967), filme dirigido pelo crítico de cinema Rubem Biáfora. Diretor do longa Alucinada pelo desejo (1978). INC (Instituto Nacional de Cinema) – Órgão governamental, criado em 1966, promoveu a edição de revistas como Guia de Filmes, Brasil Cinema e Filme Cultura; financiou e produziu curtas, médias e longas-metragens nacionais. Elaborava a política governamental para indústria cinematográfica. Foi extinto em 1975. Kosmo, Wanda – Atriz com participações em cinema, teatro e TV. Na televisão, foi pioneira na direção de telenovelas na década de 60 e no programa de teleteatro TV de Vanguarda. Paralelamente, atuou em teatro. No cinema, trabalhou principalmente nos anos 70, aparecendo no papel de Malvina no filme de terror Exorcismo negro (1974), de José Mojica Marins. Atua também no filme A praga (1980), de Mojica, que a Heco Produções concluiu em 2007. Líder – Laboratório fundado no Rio de Janeiro em 1954, com nome de Líder Cinematográfica. Ficava em Botafogo, na escondida rua Álvaro Ramos e, mais tarde, transferiu-se para a rua 28 de Setembro, no tradicional bairro de Vila Isabel. A sucursal de São Paulo funcionou no bairro da Bela Vista, onde hoje fica a Cinema Revelações e Copiagens. A Líder copiou, revelou e restaurou imagens de cinema e publicidade, com técnicos trazidos do exterior. Em atividade desde o tempo das chanchadas e do Cinema Novo, no ano de 1998 transformou-se em Labo Cine Laboratórios, sua nova razão social. Laurelli, Glauco Mirko – Assistente de direção, roteirista, montador, diretor e produtor. Trabalhou nos três grandes estúdios paulistas: começou na Maristela, passou pela Multifilmes e realizou produções independentes nos estúdios da Vera Cruz. Diretor de confiança do comediante Mazzaropi, para quem dirigiu a comédia Vendedor de lingüiças (1962), o drama Casinha pequenina (1963) e a paródia O lamparina (1963) – além de ter homenageado a comunidade nipônica em Meu Japão brasileiro (1964). Fez a montagem extraordinária de São Paulo S/A (1964), do diretor Luiz Sergio Person, de quem foi sócio na Lauper Filmes. Encerrou a carreira de realizador com a adaptação musical do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para o filme homônimo de 1970. Leme, Roberto – Montador de fitas populares, começou trabalhando em realizações de José Mojica Marins em meados dos anos 1960. Trabalhou na Boca do Lixo, passando das produções eróticas para as pornográficas. Montou filmes como SOS Sex shop – como salvar meu casamento (1983), dirigido por Alberto Salva. De Mojica, montou A virgem e o machão (1973-74), Como consolar viúvas (1976) Finis Hominis (1970-71) e A 5ª dimensão do sexo (1984). Leyart, Nilcemar – Desde 1974 foi montadora e trabalhou em vários filmes com direção de José Mojica Marins, com quem foi casada, tendo participado de apenas três filmes de outros realizadores. De Mojica, montou Inferno carnal (1976), Delírios de um anormal (1977-78), Perversão (Estupro!) (1978), Mundo: mercado do sexo (Manchete de jornal) (1978) e Demônios e maravilhas (1976-1996), entre outros. Também trabalhou como maquiadora, figurinista, continuísta e em efeitos sonoros. Atuou como atriz no filme inacabado Pesadelo, dirigido por Mojica. Lima, Mário – Começou como ator em pequenos papéis. Tornou-se diretor de produção de carreira. Montou a produtora Foto-Cena Filmes e produziu A 5ª dimensão do sexo (1984), 24 horas de sexo explícito (1985), 48 horas de sexo alucinante (1986-87) – no qual investiu soma considerável em uma vaca mecânica –, os três dirigidos por José Mojica Marins, e A menina do sexo diabólico (1987), filme que também dirigiu e que foi relançado duas vezes com títulos diferentes. Lima, Sérgio – Trabalhou na Cinemateca Brasileira nos anos 60, quando promoveu, em 1966, por iniciativa própria, o encontro de José Mojica Marins com Rubens Francisco Lucchetti, o qual se tornou parceiro constante de Mojica como roteirista de vários dos filmes do diretor. Lopes, padre João – Criador, na segunda metade da década de 60, da Escola Superior de Cinema São Luiz, sediada no colégio São Luiz, região da avenida Paulista, em São Paulo. Foi um dos primeiros cursos de cinema do Brasil, no qual lecionaram, entre outros, os cineastas Luiz Sergio Person e Roberto Santos, e teóricos como Anatol Rosenfeld, Décio Pignatari, Jean-Claude Bernardet, Paulo Emílio Salles Gomes e o poeta Mário Chamie. Padre Lopes é um apaixonado por religião e cinema. Lucchetti, Rubens F. – Desenhista e autor de romances policiais. Começou como cineasta de animação em Ribeirão Preto. Tornou-se roteirista de carreira no cinema e trabalhou principalmente em filmes dirigidos por José Mojica Marins, como O estranho mundo de Zé do Caixão (1967-68), Sexo e sangue na trilha do tesouro (1970), Finis Hominis (1970-71), Quando os deuses adormecem (1971-72), Exorcismo negro (1974), Inferno carnal (1976), Delírios de um anormal (1977-78) e Mundo: mercado do sexo (Manchete de jornal) (1978). Sob os mais variados pseudônimos e heterônimos, e também como ghost-writer, escreveu cerca de 1550 livros. Maldonado, Rosângela – Atriz de teatro, pioneira na TV e radialista. Começou sua carreira de cinema nos anos 50, trabalhando como atriz. Na década de 70, trabalhou em parceria com José Mojica Marins, primeiro como atriz em Sexo e sangue na trilha do tesouro (1970) e Finis Hominis (1970-71). Como sócia da Panorama Filmes, produziu A mulher que põe a pomba no ar (1977), co-dirigido por Mojica, e A deusa de mármore: escrava do diabo (1978). Marin, Honório – Assistente de câmera nos anos 50, fotografou apenas um filme, o faroeste A sina do aventureiro (1957-58), de José Mojica Marins, primeiro longa de ambos, como diretor de fotografia e diretor, respectivamente. Marins, Carmen – Mãe de José Mojica Marins, tinha como nome de batismo Carmen Mojica. Trabalhou como atriz em pequenos papéis de Meu destino em tuas mãos (1961-62), À meia noite-noite levarei sua alma (196364), Finis Hominis (1970-71), D’ Gajão mata para vingar (1971-72) e Mundo: mercado do sexo (Manchete de jornal) (1978), todos dirigidos pelo filho. Marins, Crounel – Filho de José Mojica Marins. Trabalhou como assistente de direção do pai em Delírios de um anormal (1977-78) e Perversão (Estupro!) (1978), atuando como dialoguista nesse último. Trabalhou também como continuísta e foi produtor-associado de Mundo: mercado do sexo (Manchete de jornal) (1978). Atualmente, é professor do Centro Federal de Educação Tecnológica. Maristela – Estúdio cinematográfico paulista, fundado por Mário Audrá Jr., foi o único dos grandes sediado na cidade de São Paulo. Localizava-se no subúrbio de Jaçanã. Esteve em atividade de 1950 até 1958, com interrupções, incluindo o período que foi ocupado pela Kino Filmes (1953-54). Além de fazer produções próprias, alugava suas instalações para filmes de outros produtores. Massaini Neto, Aníbal – Filho do importante distribuidor e produtor Oswaldo Massaini (que produziu O pagador de promessas e Lampião, o rei do cangaço, entre outros filmes). Trabalhou com o pai como gerente de produção, produtor-executivo e depois produtor. Produziu filmes de vários diretores, entre eles um com direção de José Mojica Marins, Exorcismo negro (1974). Desde 1980 mantém a produtora Cinearte e passou a dirigir seus próprios filmes. Dirigiu a paródia A superfêmea (1973), a aventura O cangaceiro (1995-96) e o documentário Pelé eterno (2003). Mendes, Cassiano Gabus – Filho do crítico de cinema, cineasta e radialista Octávio (Gabus) Mendes. Foi profissional de TV por mais de 30 anos, atuando como diretor de imagem, diretor, produtor, autor de telenovelas de sucesso e diretor-geral da TV Tupi. No cinema, foi co-diretor, com Walter George Durst, de O sobrado (1955), adaptação da obra do consagrado escritor Érico Veríssimo. Seus filhos, Cássio e Tato Gabus Mendes, são atores de TV e cinema. Mendes, Nelson Teixeira – Produtor de cinema de fitas populares, realizou alguns filmes com direção de José Mojica Marins, como as histórias de aventura O diabo de Vila Velha (1964-65) – cuja direção foi também creditada a Ody Fraga – e Sexo e sangue na trilha do tesouro (1970), além de Finis Hominis (1970-71) e Quando os deuses adormecem (1971-72). Foi diretor de algumas de suas produções, como a paródia Deu a louca no cangaço (1969), filme concluído por Fauzi Mansur, o filme religioso As duas lágrimas de Nossa Senhora (1969-72) e as tramas rurais de A marca da ferradura (1970), Os três justiceiros (1970-72) e A herdeira rebelde (1971). Moreira, Arlete – Atriz com longa carreira como coadjuvante nas fitas populares produzidas na Boca do Lixo da década de 70. Em raro papel de protagonista, atuou no filme Perversão (Estupro!) (1978), dirigido por José Mojica Marins. É irmã de Claudette Joubert, que estrelou fitas de aventuras e erotismo de Tony Vieira. Motta, Marcelo – Assistente de direção e discípulo de José Mojica Marins. Diretor de A estranha hospedaria dos prazeres (1975) – com direção não creditada a Mojica –, Chapeuzinho vermelho: a gula do sexo (1981) e do policial O império do sexo explícito (1984), exibido como fita pornográfica. Muniz, Débora – Atriz de grande beleza que começou como coadjuvante em produções da Boca do Lixo no final dos anos 70, algumas com direção de José Mojica Marins. Tornou-se estrela de fitas pornográficas, com participação numa grande quantidade de produções. Depois de quase dez anos afastada das telas, reapareceu como atriz no curta Amor, só de mãe (2002), de Dennison Ramalho e também atua no filme Encarnação do Demônio (2006-2007). Person, Luiz Sergio – Diretor do clássico São Paulo S/A (1964), foi um dos grandes cineastas brasileiros vincula- dos ao cinema paulista, ao lado de Walter Hugo Khouri e Roberto Santos. Realizou outro grande filme, O caso dos irmãos Naves (1967), baseado em fatos reais. Tentou realizar filmes de maior apelo comercial e popular, como a paródia Panca de valente (1968) e a comédia romântica Cassy Jones, o magnífico sedutor (1972), sem, no entanto, alcançar a mesma qualidade dos longas iniciais. Além de diretor, foi roteirista, produtor de cinema e sócio de Glauco Mirko Laurelli na Lauper Filmes. Atuou em “O fabricante de bonecas”, primeiro episódio do longa O estranho mundo de Zé do Caixão (1967-68). Antes, havia colaborado, sem ter sido creditado, no roteiro do primeiro longa de Mojica, A sina do aventureiro (1957-58). Portella, Walter C. – Ator coadjuvante de numerosas fitas populares, especialmente aquelas de temática rural. Trabalhou ocasionalmente em outras funções, como assistente de direção, gerente de produção e roteirista, geralmente em produções da Boca do Lixo. Atuou como protagonista no faroeste D’Gajão mata para vingar (197172), dirigido por José Mojica Marins, e no policial O dia das profissionais (1976), estréia na direção do roteirista Rajá Aragão. Ramalho, Dennison – Diretor dos curtas-metragens de ficção Nocturno (1998) e Amor, só de mãe (2002). Trabalhou como co-roteirista e assistente de direção no mais recente longa-metragem de José Mojica Marins, Encarnação do demônio (2006-07). Ramos, Helena – Atriz considerada a “rainha das pornochanchadas”. Começou a trabalhar em pequenos papéis em produções da Boca do Lixo de diretores pouco expressivos, e aos poucos passou a trabalhar em produções mais cuidadas, com realizadores mais inspirados, como Jean Garrett, Fauzi Mansur, Walter Hugo Khouri e Antônio Calmon. Faz um dos papéis centrais em Inferno carnal (1976), de José Mojica Marins. Participou de filmes de grande sucesso de bilheteria. Também atuou nos pal- cos e em novelas de TV. Reichenbach, Carlos – Importante diretor do cinema brasileiro, vinculado ao cinema paulista. Destacou-se com filmes autorais como Lilian M, relatório confidencial (1974), Amor, palavra prostituta (1980), Filme demência (1985), Anjos do arrabalde (1986) e Alma corsária (1993). Trabalha ocasionalmente como iluminador e ator. Ribeiro, Milton – Ator que alternou papéis de protagonista e coadjuvante e ficou marcado por seus papéis de cangaceiro. Após fazer pontas em filmes dos estúdios Vera Cruz, protagonizou O cangaceiro (1952), clássico do cineasta Lima Barreto. Recusou o convite de José Mojica Marins para atuar no papel de Zé do Caixão. A morte prematura, aos 52 anos, interrompeu sua carreira. Sacramento, Paulo – Diretor dos curtas-metragens Ave (1992) e Juvenília (1994) e do documentário em longametragem O prisioneiro da grade de ferro (2003). Trabalha como montador e também como produtor com a empresa Olhos de Cão. Presidiu a Associação Brasileira de Documentaristas (ABD) – Seção São Paulo, em 1997. Foi produtor e montador de Encarnação do demônio (2006-07), de José Mojica Marins. Santiago, Ary – Nos anos 80 trabalhou em produções da Boca do Lixo, transitando do filme erótico para a fita pornográfica, como gerente de produção e também como ator em pequenos papéis. Escreveu a história, foi produtor e protagonista da sátira erótica Dr. Frank na clínica das taras (1986-87), que José Mojica Marins dirigiu. Trabalhou também como produtor e ator em peças pornográficas. Satã – Foi segurança de José Mojica Marins e espécie de pau-para-toda-obra. Também trabalhou como diretor de produção de Mojica e atuou em alguns filmes. Fez carreira como ator em pontas de algumas produções da Boca do Lixo que buscaram aproveitar seu tipo exótico, de mulato alto e forte com traços orientais. Participou de O abismo (1977), de Rogério Sganzerla. Serkeis, George Michel – Em meados da década de 60, travou amizade com José Mojica Marins nas ruas do Brás. Posteriormente, foi produtor de alguns filmes do diretor, como O estranho mundo de Zé do Caixão (1967-68) e O despertar da besta (Ritual dos sádicos) (1969). Diretor das fitas de mistério O fracasso de um homem em duas noites de núpcias (1972) e Boni, o homem virgem. Sinagoga – Localizada na rua Casemiro de Abreu, no bairro paulistano do Brás. Em meados da década de 60, foi nesse templo desativado que o cineasta José Mojica Marins reabriu sua escola de cinema, formando artistas e técnicos, e improvisou um pequeno estúdio cinematográfico. Stuart, Adriano – Ator e diretor de cinema e TV. No cinema, foi assistente de direção e roteirista de Exorcismo negro (1974), de José Mojica Marins. Trabalhou como diretor de comédias, paródias e filmes do quarteto Os Trapalhões. Trabalhou recentemente como ator em filmes de Ugo Giorgetti. Telles Neto, Goffredo – Filho da escritora Lygia Fagundes Telles e do professor Goffredo Telles Junior. Dirigiu o curta-metragem documental Fogo-fátuo (1980), sobre José Mojica Marins, o vídeo Narrarte (1990), sobre sua mãe – este co-dirigido por Paloma Rocha –, além de trabalhos menos conhecidos como Abra a jaula (1982) e Fantasia triunfal (2003). Foi produtor-associado de O despertar da besta (Ritual dos sádicos) (1969), de José Mojica Marins. Valadão, Jece – Um dos mais conhecidos atores nacionais, ficou marcado pelos papéis de cafajeste, associando sua imagem ao tipo do “machão” brasileiro. Atuou como figurante na Atlântida e trabalhou com cineastas do Cinema Novo, como Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra, Glauber Rocha e Carlos Diegues. Foi dono da Magnus Filmes e de um pequeno estúdio. Produziu, dirigiu e trabalhou como ator em grande número de filmes. Seu último filme como ator foi o Encarnação do demônio (2006-07). Valancy – Sobrenome dos irmãos judeus-marroquinhos radicados na cidade do Rio de Janeiro, onde foram donos da Cinematográfica Franco Brasileira e administraram salas de cinema. Tiveram como consultor, por determinado período, Cosme Alves Neto, dirigente da Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio. Em São Paulo, eram proprietários do Cine Coral, no centro da cidade, onde foram exibidos os primeiros filmes de Jean-Luc Godard no Brasil. Além disso financiaram, como sócios, algumas produções brasileiras de apelo popular. Vedovato, José – Cenógrafo, começou nessa atividade no final da década de 50. Criou cenários para filmes de Mojica, como Meu destino em tuas mãos (1961-62), O diabo de Vila Velha (1964-65) e Esta noite encarnarei no teu cadáver (1965-66). Atuou também como ator em pequenos papéis e chegou a dirigir filmes. Vilela, Clinton – Realizador de curtas e diretor de fotografia pernambucano, radicado em São Paulo. Começou a direção do longa-metragem D’Gajão mata para vingar (1971-72), mas foi substituído na direção por Mojica, logo no início das filmagens.
Glossário elaborado por Luiz Felipe Miranda, com a colaboração da equipe da Heco Produções. |